Freund

[I'm sorry for blaming you for everything I just couldn't do
Sometimes I just wanna hide 'cos it's you I miss]

[Would you tell me I was wrong?
Are you proud of who I am?]

[The way you loved me vanished all the tears]

Amigo é aquele que conhece todos os seus defeitos e mesmo assim te ama. Que conhece as suas piores caretas e mesmo assim te vê bonito. Amigo mesmo é aquele que te fala dos seus deslizes, identifica teus pontos fracos e faz de tudo para que o resto do mundo não os saiba. Amigo é aquele que te abraça, mesmo depois de um dia muito cansativo e de, no mínimo, 6 horas sem banho, tira onda com a falta de cheiro agradável e ainda ri junto por isso. Amigo, não sei, é aquela pessoa de quem você tem raiva naquela hora, discute, mas depois transforma tudo em cotidianeidade. É aquele que pensa junto com você tão rápido que não precisa concluir os raciocínios.
Amigo, meo, amigo mesmo, é aquele que não precisa dizer que te ama todos os dias para que você saiba. As desventuras os unem; união nas desventuras é a maior prova de estima, se quer saber o que eu penso.
Amigo é aquele que, quando quer, cutuca aquela ferida que dói mais fundo; assim como é aquele que sabe direitinho como fazer sentir melhor nos piores dias, por motivos causados terceiros. Amigo é aquele que provê as mais efetivas doses de segurança. Que passa mais horas com você sem fazer nada e, como diz um amigo meu, nunca houve nem haverá qualquer “tensão sexual” entre vocês. Benza-nos Deus por isso.
Amizades são a maior garantia da porcentagem de humanidade em alguém. As boas. Porque amizades mudam as pessoas; para o bem ou para o mal. As boas amizades nos permitem deitar a cabeça no travesseiro à noite, repensar o dia e concluir que, para que tudo terminasse bem, faríamos tudo de novo e melhoraríamos algumas coisas; as más amizades não permitem nem que durmamos; elas atrapalham o raciocínio, não intencionalmente nos trazem peso na consciência por alguma coisa, por algum detalhe, e na maioria das vezes, os detalhes se referem aos nossos piores instintos egoístas – e egoístas delas também.
Amigo é aquele que está com você nas orgias gastronômicas, nos piores micos (às vezes são causadores dos micos mais estrambolicamente engraçados), que te dá os conselhos mais descabidos de sexo, de política, de redação, de roupa, de cabelo, só pra ver a sua cara de borboleta azul. Amigo sabe quando você precisa ficar só e sabe quando você precisa de companhia. Sobrenaturalmente algumas vezes vocês pensam tanto juntos separadamente que, de surpresa, o outro liga e diz “e aí, como você anda? Passei o dia lembrando de você”. Talvez seja para sempre a lembrança das piadinhas internas, dos segredos impublicáveis, das farrinhas impagáveis, das fotos eternamente penduradas na parede do teu quarto, dos bilhetinhos que ficam guardados dentro da agenda para ler quando quer ter vontade de rir involuntariamente.
Amigo mesmo mesmo, nem vive elogiando; só quando é imprescindível; só quando é a última palavra necessária naquele dia, só pra que o outro saiba, caso tenha esquecido das próprias qualidades. Porque das próprias qualidades não se esquece; apenas se tenta demonstrá-las parcimoniosamente.
Talvez amigo nem seja aquele que divide conosco os melhores momentos, mas aquele que conhece nosso pior, nossas feiúras, nossas catingas, nossos garranchos, nosso passado obscuro (ou nem tão pecaminoso assim), nossas brigas, nossas gorduras, nossas magrezas, nossas insuportabilidades e nos ama mesmo assim... nossa, mesmo assim!