Amar é...

Amar é quando você tem de tudo para ser feliz, nunca se satisfaz, acha que nunca satisfaz, sente-se mais inseguro, mais dolorido, mais dispensável e mais vulnerável que em qualquer outro aspcto de sua vida. Para amar é preciso desprendimento e coragem, é preciso suspender alguns valores muito mais que jamais imaginou, aprender a fingir que esqueceu os erros (dizer que esqueceu e perdoou é hipocrisia), pagar com a língua, dar a cara a tapa, magoar-se, renovar-se para se magoar de novo, e nunca se tocar de que é tudo sonho.

Amar é colorido; viver é preto-e-branco. Amar é apreciar o medo, do jeito como se olha um gato nos olhos a uma distância curtíssima, desconfiar de tudo o que poderá lhe acontecer de ruim em termos de desilusão e continuar arriscando. É temer a rotina, é temer que o respeito seja maior que o desejo.

Amar é admirar os detalhes e desejar querer estar para sempre ali, do ladinho. Estou falando de todos os tipos de amor agora; daquele de irmãos, de adormecer de mãos dadas, de limpar o catarro com sua própria roupa só para que ele fique limpinho, é perder horas ajeitando o cabelo da sua mãe ou amiga, é elogiar e criticar sempre no mesmo tom - e não ferir. É enfrentar os infortúnios do dia-a-dia e conseguir se controlar para não falar palavras espinhosas, que magoem. É passar muito tempo sem se falar, e mesmo assim, no encontro, conseguir conversar só com os olhos, como antigamente.

Amar é saber renunciar na ciência de que o outro faria o mesmo para lhe deixar satisfeito; e fazer o que é preciso naquele momento para que pelo menos aquele dia valha o sorriso. É estar presente, mesmo que não fisicamente; é, no meio de tantas pessoas, de tanta correria, ser e ter a(s) única(s) pessoa(s) que o fez viver por mais aquele dia. Amar é salvar (e ser salvo) sem se sentir.

Respondeu, Anna?