Don't you hesitate...
[Quanto mais as coisas mudam, continuam as mesmas. Não tenho certeza de quem foi a primeira pessoa que disse isso. Provavelmente Shakespeare, ou talvez Sting.
Mas no momento, é a frase que melhor explica meu defeito trágico: minha inabilidade de mudar. Não acho que estou só nisso. Quanto mais conheço pessoas, mais percebo que é meio um defeito de todo mundo. Ser exatamente o mesmo o máximo de tempo possível, ficando perfeitamente estagnado. Parece ser melhor de alguma forma. E se você está sofrendo, pelo menos a dor é familiar. Mas se você agarrasse aquele salto de fé, saísse da caixa, fizesse algo inesperado... quem sabe que outra dor poderia estar esperando lá fora? As chances são de que poderia ser bem pior. Então você mantém o status quo, escolhe a estrada já antes viajada, e não parece tão ruim, não tão longe quanto os defeitos vão.
Você não é um drogadito, não está matando ninguém... exceto a si mesmo um pouco. Quando finalmente mudamos de fato, não acho que isso acontece como um terremoto ou explosão, onde de repente somos essa pessoa diferente. Acho que é menor que isso. O tipo de coisa que a maioria das pessoas nem mesmo notaria a menos que olhassem mesmo, mesmo de perto, o que, graças a Deus elas nunca fazem.
Mas você percebe. Dentro de você, aquela mudança parece um mundo de diferença, e você tem esperança de que seja mesmo... Essa é a pessoa que você se torna para sempre. Que você nunca mais vai precisar mudar.]
[I can't keep being your second choice. Not when you're my first] (não posso continuar sendo sua segunda opção. Não quando você é minha primeira)
Quem nunca hesitou atire o primeiro ovo podre. Sempre tem dezenas de coisas que temos que falar, mas as palavras faltam na hora que a gente mais precisa, e acabamos engolindo sapos maiores que búfalos. Ruim de digerir, a insegurança. Há sempre cartas perfeitas guardadas que a gente nunca manda, tem sempre presentinhos guardados; uns até bons, mas dá um receio de entregar, então a gente guarda, dentro de uma caixinha, lá no fundo do guarda-roupas, para mexer daqui a 10 anos e sofrer a azia toda de novo. É desse jeito com as “desagradabilidades” da vida; a gente vai guardando, relevando, falando, mas não tendo o devido valor, e empurra com a barriga: “não tem problema – isso passa”. Aquele dia passa, aquela hora passa, aquela queimação passa naquela hora. Algum tempo depois volta tudo, junto com as náuseas e o receio de estar ficando maluco.
Mas no momento, é a frase que melhor explica meu defeito trágico: minha inabilidade de mudar. Não acho que estou só nisso. Quanto mais conheço pessoas, mais percebo que é meio um defeito de todo mundo. Ser exatamente o mesmo o máximo de tempo possível, ficando perfeitamente estagnado. Parece ser melhor de alguma forma. E se você está sofrendo, pelo menos a dor é familiar. Mas se você agarrasse aquele salto de fé, saísse da caixa, fizesse algo inesperado... quem sabe que outra dor poderia estar esperando lá fora? As chances são de que poderia ser bem pior. Então você mantém o status quo, escolhe a estrada já antes viajada, e não parece tão ruim, não tão longe quanto os defeitos vão.
Você não é um drogadito, não está matando ninguém... exceto a si mesmo um pouco. Quando finalmente mudamos de fato, não acho que isso acontece como um terremoto ou explosão, onde de repente somos essa pessoa diferente. Acho que é menor que isso. O tipo de coisa que a maioria das pessoas nem mesmo notaria a menos que olhassem mesmo, mesmo de perto, o que, graças a Deus elas nunca fazem.
Mas você percebe. Dentro de você, aquela mudança parece um mundo de diferença, e você tem esperança de que seja mesmo... Essa é a pessoa que você se torna para sempre. Que você nunca mais vai precisar mudar.]
[I can't keep being your second choice. Not when you're my first] (não posso continuar sendo sua segunda opção. Não quando você é minha primeira)
Quem nunca hesitou atire o primeiro ovo podre. Sempre tem dezenas de coisas que temos que falar, mas as palavras faltam na hora que a gente mais precisa, e acabamos engolindo sapos maiores que búfalos. Ruim de digerir, a insegurança. Há sempre cartas perfeitas guardadas que a gente nunca manda, tem sempre presentinhos guardados; uns até bons, mas dá um receio de entregar, então a gente guarda, dentro de uma caixinha, lá no fundo do guarda-roupas, para mexer daqui a 10 anos e sofrer a azia toda de novo. É desse jeito com as “desagradabilidades” da vida; a gente vai guardando, relevando, falando, mas não tendo o devido valor, e empurra com a barriga: “não tem problema – isso passa”. Aquele dia passa, aquela hora passa, aquela queimação passa naquela hora. Algum tempo depois volta tudo, junto com as náuseas e o receio de estar ficando maluco.
Não sou uma pessoa imprevisível, nunca tive esse julgamento de mim mesma; de fato, julgo-me muito pouco. Não tenho opiniões formadas sobre minha pessoa: “não sei que tipo de pessoa você é”. Tem gente que classifica pessoas. Nem sei que tipo de gente é essa, tão unidirecionada, tão nazista. Não que eu faça questão, mas flores todos os dias azedam a pessoa. Ligações a cada 20 minutos enjoam. Ouvir sussurros ao pé do ouvido cansa. Tem coisas que só a falta diz como são importantes. Tem coisas ditas que caem no plano das coisas relevadas e depois voltam com tanta força que abalam qualquer tipo de auto-segurança, dá pra entender? Por isso que dou espaço e pareço ser tão mais egocêntrica; faz parte do instinto da auto-preservação, o medo de se perder tão importante, de jogar-se às moscas, a nada; a troco de? A troco de meras esmolas. Não de propósito, mas o dia-a-dia acomoda.
O medo de perder, por si só, já deveria representar a importância que a coisa ou pessoa, ou animal, ou seja-lá-o-quê tenha, do quanto se perderia. E o simples fato de questionar os próprios planos e do quanto já os modificou em função de uma condição é a maior barreira para se ver tão perdido que nunca teve a habilidade de enxergar o quanto prioridades são diferentes de tesouros. Prioridade requer disciplina. Tesouros requerem descontração, liberdade, imprevisibilidade. Prender-se às prioridades e esquecer de guardar bem os tesouros por quê? Coisas belas, boas e valorosas não devem só ser postas à exposição; é preciso saber mantê-las – lava-las, poli-las, mima-las, aprecia-las, ama-las e as restaurar.
Restaurar significa ainda querer, pretender voltar ao estado original, à permissão da apreciação do bom gosto, ao adorar. É aliar ao tempo que já se passou os traços firmes da feitura e dispor-se a continuar cuidando, a reconquistar.
Talvez por isso manter seja tão difícil. Precisa-se de disposição
Ouvindo: Led Zeppelin – Stairway to Heaven
Os trechos entre colchetes são pedacinhos de Everwood
Talvez por isso manter seja tão difícil. Precisa-se de disposição
Ouvindo: Led Zeppelin – Stairway to Heaven
Os trechos entre colchetes são pedacinhos de Everwood
Comentários
(É, porque depois de tanto elogio da Profa. Dra. eu não vou pensar que sou burra, né? Tô só "cansada"!!!) kkkkkk
Bjoooooooo
Beijos
Mudar é um dos processos mais complexos pra mim. Mas também costuma trazer ótimos resultados.
Me apresentando, sou Angélica do drepente 30, adorei seu texto e voltarei!
Bjo!
já diria fran healy.
o livro é o carnê dourado mesmo..
da doris lessing.
Beijo.
passamos a ser estranhos d nós mesmos... acabamos mais perdidos, se eh q precisamos d um rumo...