O que vemos e o que parecemos ver






O que vemos e o que parecemos ver. EU VIVO PARECENDO VER COISAS, quer elas existam ou não. NÃO! Nada sobrenatural! Vivo ligando imagens a fatos, leituras a contextos, enfim, de vez em quando isso faz algumas pessoas olharem pra mim atravessado com cara de “pô, tu vê demais as coisas”. Mas não posso evitar, vivo encontrando “mensagens subliminares” por aí! Quer saber a última?
Vê aí alguém se consegue fazer a ligação aí: Peixe Grande (Big Fish) de Tim Burton e Auschwitz.


Algumas coisas no mundo definitivamente não são propositais, mas as coincidências são enriquecedoras!


Lembra de Big Fish e aquele vilarejo lindo colorido, convidativo e aconchegante? Aqueeeeeele em cuja entrada há um “varal” com sapatos pendurados e de onde ninguém sai (ou pelo menos vivo)?? Sabe o diretor, o Tim Burton? O Tim... pois é, o cara é O CARA. Lembra das gêmeas siamesas que no final não eram siamesas, eram só normais (elas nem vêm realmente “em vias de fato” ao caso, mas servem para fundar meu raciocínio melhor)? Lembra do clima de guerra? Mesmo não sendo tão apaixonado pelo papel ao qual deveria ter entregue sua alma (como em Moulin Rouge), Ewan McGregor ainda consegue ser um dos meus toptops – o papel em Big Fish merecia muito mais. Não consigo ver outra ligação além da imaginatividade dos presos em campos de concentração para fugir da realidade em que padeciam com o filme. A cena do vilarejo só serve para me certificar e fazer bater o pé com minha certeza.


Quando digo que o Tim é o bicho da cara preta da sétima arte – tá, não vou ser injusta... um dos bichões, na minha opinião, bem, é que não dou muitos pontos sem nós. Não mesmo.


Às pobres almas que tinham como único destino cruzar os portões dos campos de concentração – entrada sem saída, era-lhes reservada a ação de deixar na entrada seus pertences (já que não os voltariam a usar), e não sabiam ao certo o que lhes esperava lá dentro, uma vez que ninguém jamais havia voltado para contar ¬¬ .
A questão é: “Mia, o que diabos tem a ver isso com o filme? Tá, já sei que você é totalmente inclinada à questão dos judeus e à matança no Holocausto, mas quer exagerar no quê dessa vez?”
Meo, pensa comigo: enxergar em cores não diz muito quando a gente pode interpretar sentidos, hã?! Não é preciso cores agora. Na entrada de alguns campos, como em Auschwitz, havia no portão inscrições como “Arbeit Macht Frei”, ou “só o trabalho liberta” em letrinhas metálicas... é essa a primeira visão “de revestrés” que a pessoa tem na cena do vilarejo em Big Fish – a do varal de sapatos na entrada. Os sapatos que você deixa lá fora, porque não vai mais usá-los, seria um desperdício pisar em uma grama tão viva com sapatos.. e ficam dependurados porque, enfim, você não vai mais sair de lá (ou pelo menos vivo). Tire as cores da cena, fique só com os tons de cinza e branco... lógico que as construções não são as mesmas, mas a estruturação é.


Outra coisa: a época. Segunda Guerra Mundial, quando os moços saíam de casa por convocação à luta... é quando o cara lá parte para suas aventuras.


Sempre tem mais montes de coisas que eu queria dizer, mas tem gente demais reclamando que eu escrevo além da conta e às vezes tenho medo de fugir do meu ponto.


The point is: o Tim queria camuflar a situação da Segunda Guerra Mundial pela visão meio-que-otimista do suposto oprimido. O próprio filme é cheio de passagens assim.
Outro dia posso até detalhar tudo – aliás, tem montes de coisas que eu gostaria de poder detalhar, Alice, Dorothy, Peter e Poppins que vão me desculpando, mas eles bem sabem das nossas noites mal-dormidas e das conclusões desprecipitadas, despretensiosas, despropositais e cabidas.

Comentários

Júlia disse…
O.O
as conhecidencias são incriveis!!
ainda nao assisti esse filme, por isso num vo falar demais.., mesmo assim, essa cena do filme e fto do campo nao praticamente identicas!!
eu vejo demais, em compensação não enchergo nads construtivo :T, gent lerda demais so encherga coisas obvias...
;)
=*****
Rafael Campos disse…
doido


me da mais uns dias pra pensar...

2ª guerra é um dos lances q eu mais leio sobre

hum

pensarei melhor
Bel disse…
Eita, que ou minha cabeça tá muito na mono, ou eu sou burra mesmo, mas num entendi nadinha!!! Tu descurpa???

E eu num vi nada disso, não... mas como é vc que vê demais, mesmo... eu devo ver de menos!

Xêro!!!
Nossa! Descobri seu blog totalmente por acaso, e nunca mais deixo de entrar!

Pode escrever seempre sobre filmes que todos nós já vimos e suas ligações com as histórias que todos nós conhecemos, mas nunca enxergamos de maneira diferente.

E sobre fugir do ponto, é até legal. =)

Estou esperando ansiosa a sua idéia sobre a alice, a dorothy e os outros mais que tiram seu sono.

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