Os agradecimentos pós-suspiro e o que eu deveria ter dito, mas o choro não deixou

Eu não quereria ter ficado presa a um quadro por um prego. Porque não sou uma carta de baralho assim como você não é uma personagem. E nem poderíamos todos ser. Somos loucos. Todos. Faça o que achar certo. Ria. Chore. Bata o pé. Em nome do que seja na verdade um pseudoacademicismo não se deve negar aquilo em que se acredita. Eu acredito. E não digo que acredito para que não morram fadinhas. Acredito porque não deve morrer gente.

Terminei.

Apresentei.

9,5. 9,5 não é uma nota. Notas não têm tamanho, elas não me dizem, elas não definem o meu tamanho, nem o seu, nem o deles. Notas não falam o que é. Elas pintam o que poderia ter sido. As falhas poderiam - e deveriam ter sido apondadas no momento de serem apontadas, inclusive o verbo "derrocar" de forma equivocada no texto. Eu mesma não poderia ter sido de outro jeito, porque fui o meu 10, o da minha mãe, do meu pai, dos amigos, o da minha mestra que me abraçou e partilhou comigo no abraço a perfeição da tentativa e do que ainda pode ser. Se em uma página há uma citação e se há uma referência em um título, não é necessário citar o mesmo nome em todas as páginas - a essência daquela idéia está em todas as entrelinhas. É como Deus, que está em tudo - e tudo n'Ele. Quem me conhece sabe o que faço, como faço - e que faço bem, na melhor medida em que posso.

Aliviei; contrariada, mas aliviei. E a vida é cheia de idas e vindas, né?

Da monografia tem gente que só vai ver o rastro, porque ela ainda irá muito pra frente... talvez não com os mesmos "ajudantes", mas porque realmente considero que ela deva ir adiante e porque tem gente por quem tenho profundo apreço que me ajuda, está do meu lado e acredita em mim.

Se uma pessoa disse que eu sempre tenho mais a oferecer do que aquilo que apresento, bem, hands down, sempre tenho, mesmo. Algumas pessoas é que me subestimam.

É uma pena que a gente tenha que ser obrigada a aceitar as pessoas como elas são, e no final das contas as pessoas não deixam que sejamos nós mesmos. Hipocrisia chegou e parou na porta dos meus sonhos.

"A gente pode mudar as pessoas... pode melhorá-las" (pessoa com microfone na mão). Bulshit! Rubbish! Foi a pior declaração que alguém poderia falar para mim ou sobre mim. Ninguém me muda nem me melhora. Tudo porque pensamos diferente em algumas coisas e porque sou firme e não faço coisas em que não acredito.

Sim, sou uma pessoa difícil algumas vezes, sou sim, admito! Mas não tento mudar o jeito de pensar das pessoas, impor minhas idéias. E não gosto e nem quero que me mudem. Quem me ama, ama-me assim. Gosto de pessoas assim, também, porque elas, sim, encantam e têm o que oferecer, justamente por serem singulares. Individualistas, não, singulares.

Você pode fazer o seu trabalho da forma como acredite que seja importante. E se há pessoas designadas a lhe aconselhar como pode ser melhor, ou como você poderia fazer, acredite nelas - se no seu íntimo você mesmo(a) acreditar no que está fazendo. Torne-se melhor você mesmo, do jeito como achar que deva e não porque se quer que você seja, somente por convir. O seu trabalho é SEU, é TEU. É aquilo por que você inicia um processo de estabelecimento de sua forma de pensar, uma forma sua.

Viva. Mostre-se. Flexibilize-se. Flexibilize. Seja. Faça. Mas não se deixe podar pelas flores. Pode-se a si mesmo.

"Ela escreve, as pessoas sentadas ali lêem orelhas de livros" (Amiga)

Um obrigada carinhosíssimo aos meus pais que sempre, sempre, sempre me apoiaram, fosse pelas palavras de incentivo, pelas reclamações de meus pensamentos descabidos, ou pelas falas engraçadas assim como a seriedade. Aos amigos que estiveram comigo nessa caminhada, que acreditaram em mim, em quem acredito mais ainda, com quem divido minha alegria e meu lado preto-e-branco; estabelecemos juntos laços de cumplicidade infindável. Aos mestres que depositaram confiança em mim, que apoiaram, aos que ainda acreditam que posso mais - vocês são visionários, eu sou uma formiga; quero ser visionária também, como vocês. Um "obrigada" àquele com quem partilho minhas melhores "dentadas" do bom gostinho do futuro. Amo-te, meu querido. Muito obrigada a todos vocês. A vocês, que consideram Amélia Carolina.

PS.: Agradeço também e invariavelmente, claro, a Florence Nightingale, por ter desenvolvido o gráfico de pizza e estabelecido a divisão técnica do trabalho em enfermagem (TODOS OS TCCs DA MINHA TURMA). Não por ter aprofundado as discrepâncias dentro da classe de Enfermagem e a tornado desunida até os dias atuais, porque relações de produção pressupõem poder (lá vem o trabalho de Rúbia Mara e as relações éticas de Andrew Samuel), mas porque tem aspectos de seu sistema de ensino que deveriam existir ainda hoje em dia.