Post de início de férias: O descarrego parte I

Noite passada sonhei que tinha um piercing na língua. Putamerda, como era legal!

A parte mais interessante com esse sonho quando acordei, foi perceber que foi uma forma de me libertar do semestre e dar início às férias (nuusssss....!).

Teoricamente apenas, porque na verdade nunca mais terei férias na minha vida.

Primeiro, porque férias para quem está começando a se sentir profissional é um auto-engano. Você finge que tem férias e as pessoas fingem que você não está lá (em corpo, porque em alma dá pra sentir as vibrações ¬¬ ). O vibracall do celular que o diga.

Por partes: sempre quis ter um piercing na língua (não só porque quem tem piercing na língua parece beijar bem), mas vááááááááááários fatores conspiraram contra essa vontade, tenham sido dentre eles a dor (sempre fui avessa a esse fator), a percepção de que a pessoa desenvolve, pequenas deficiências da fala, lesões na gengiva ou prejuízos aos dentes. Adendo ao fato de que sempre gostei dos meus dentes, isso foi um fator (quase) decisivo. Outra questão seria o favorecimento de infestações de fungos e bactérias (além dos que JÁ existem) na mucosa oral - não que eu não tenha uma boa higiene oral, ao contrário. Acontece que sempre tive a sorte de ter sucessivos problemas de garganta, infecções nas amígdalas e por aí vai. Uma vez doente, sempre doente. Botanto o tico e teco pra funcionar, lembrando que Murphy e eu somos amantes antigos à la sexo selvagem all night long e talz (¬¬), concluí que absolutamente, eu adoeceria novamente, que minha língua iria infeccionar, provavelmente teria que extraí-la (sim - a língua!) e perderia o dom (!) da fala. Mas isso não foi meeessssmo o fator decisivo. Depois veio a questão social, que não altera muita coisa, mas para a maioria das pessoas é motivo de depressão: teria, no futuro, que me desfazer da jóia para arrumar um emprego - principalmente considerando que na minha área a higiene e, hm, digamos, a impecabilidade corporal (leia-se intactabilidade) são bem visados - não, minha área não é a de beleza; é aquela em que as pessoas são julgadas pela cor que usam na labuta - o branco. É, esse foi quase o tiro fatal. Mas realmente, definitivamente, a importância a qual considerei para não realizar meu desejo foi o fator-família-dinheiro. Entenda, se não há permissão, não há dinheiro... e se você não tem permissão, mas tem dinheiro, tudo certo - mas eu não tinha nenhum dos dois. Então ficou por isso mesmo. Findou que nunca coloquei um piercing na língua, o que nunca impediu que eu continuasse achando "mó legal, carái".

Depois, as férias: quando você peeeensa que vai poder dormir. Hoje fiz um ensaio. Mas minha mãe me acorda às 7:30 pedindo que localizasse em sua estante, dois livros, porque duas alunas viriam buscar. É, ela não tem jeito - continua emprestando. Enfim, tive que me levantar. Mas tudo bem, não falta o que fazer, porque férias de graduando são férias do inferno. Tem monografia e muita coisa pra estudar pro estágio do semestre seguinte. A gente escapa de atrevida que é, porque não deveria.

Sobre o post anterior, a coisa é a seguinte. Sinto-me ótima em saber que outras pessoas também estão tendo acesso ao que conheço e todo aquele papo de assuntos em comum e coisa e talz. Enquanto rabugenta assumida, arengueira de plantão e velha de 40 anos presa em um corpinho nada em forma de 23, devo argumentar que não importa o quanto se queira dividir com o mundo - ele não está disposto a dividir de volta e não cuidará do que é seu. Sim, gosto da propriedade privada e prezo pelo que tenho, com reservas. Divido, compartilho e dissemino, mas o quanto me convier e o quanto as pessoas retribuírem, mesmo que seja cuidando do que empresto, porque cuido com muito mais zelo do que minhas próprias coisas as coisas dos meus amigos quando pego emprestado. Então faço o seguinte: empresto pros amigos, recomendo aos conhecidos e desconverso aos displiscentes. Se nunca tiver perdido, por um empréstimo, o seu primeiro cd original, ou um DVD que quase não conseguia comprar porque era difícil de encontrar ou um livro lá naquele sebo, edição antiga, folhas se desfazendo e capinha plastificada por você mesmo, para não se desmanchar, então não me venha com "churumelas". =)