O descarrego parte II


Quando não tenho algo tão urgente a fazer em casa, sento numa cadeira e fico esperando o tempo passar. É meio patética, a cena, mas chega a ser uma ação universal. Sou romântica-racional incurável, o que posso explicar em um outro momento oportuno. Então, sento e fico maquinando formas de ficar junto com quem eu gosto, e, como uma partida de xadrez, avalio o que pode dar certo em um universo de porcentagens exatas do êxito das tentativas, do que pode não acontecer para favorecer uma vitória num lance futuro. Eventualmente perco peças, erro movimentos, o que me faz bagunçar o tabuleiro inteiro e exigir uma nova partida. De eu comigo mesma.

Se fumasse, certamente nessas horas estaria com uns três cigarros nos lábios, gota de suor descendo na têmporas e unhas completamente roídas (tá, este último é um fato concreto). Sabe, eu remôo muito, e penso demais só para não ter que errar, o que quase sempre me provoca uma enxaqueca. Como ultimamente tenho bagunçado as peças sucessivamente, devo dar o braço a torcer e cansei de jogar, porque estou vivendo perdendo, em um presente contínuo, ou progressivo, beeem permanente, um tempo verbal existente em qualquer língua quando se trata de períodos conturbados da vida de qualquer pessoa.

Resolvi levantar bandeira branca por detrás da trincheira. Enquanto o pessoal que está trabalhando aqui em casa senta lá no muro e fuma seus borós, desfrutando do melhor momento de "desopilação" do seu dia, desfruto do meu digitando, escrevendo, aprofundando a gastrite e a LER... cada prazer com sua conseqüência, se quer saber. Oscar Wilde disse que algumas pessoas apenas existem. Na caçapa! Só existo. Só isso. E que num monento de surto eu não ouse dizer à vida, essa maldita hera: surprise me! Ela já vive me dando rasteiras sem que eu ao menos a desafie...

Comentários

Jana disse…
a única diferença entre vc e eu, é que eu, pra ajudar, fumo kkkkkkkkkkk

beijos
Jônatas Andrade disse…
Certo amiguinha. No problem. O Homem de Ferro... ah meu deus... Como eu gostaria de ver no cinema. Quer patrocinar uma viagem minha pra Natal não, e quem sabe ir até trabalhar no meu lugar por dois dias pra eu ficar no cinema repetindo a sessão várias e várias e vezes.

Eu daria um beijo na boca de Robert Downey Jr. se o visse. O meu ator preferido desde Chaplin atuando e sendo o meu super-herói preferido. Um casamento perfeito.
Rafael Campos disse…
eu sou instintivo até a última ponta do cigarro

nem imagino oq deva ser jogar consigo mesmo

[to sumido pq to sem net em casa... e no trabai nao permitem comentar em blogspot... to aqui no pc do chefe, que acesse todos os sites do mundo]
Anônimo disse…
Rafael safado, doido! O chefe dele é meu professor. Vou delatar! =D

Lindo, Mia, lindo!
Heber disse…
Engraçado como a gente se identifica com tanta coisa. Pois eu tb sou assim. Qd o assunto é o trato com outras pessoas, maquino sempre, para evitar desperdiçar a chance de ser certeiro e ficiente.


Miaaa, parabéns por esse um ano. Alguns mesizinhos aqui de contato que já valem por muitos, beijão.
E quando se perde o prazer e a paciencia em ler ?
flaviaelionara disse…
"algumas pessoas apenas existem"
Ah!
com toda certeza não é vc!

;*

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