O clássico, o novo e o repetido

Não que não goste e esteja fazendo crítica destrutiva e essas coisas, porque gosto muito. Tudo sempre volta com o passar do tempo, desde a roupa, a música, até o corte de cabelo. Aposta? Meo, Amy Winehouse é totalmente retrô, tirando as tattoos. Aquele cabelo quase Marge Simpson, as roupas, o gosto pelo cigarro, os tons das músicas, a voz, tudo! Quando ouço "You know that I'm no good" quaaaase canto alguma música de Altemar Dutra ou uma das antigonas de Roberto Carlos. Falando neste, ontem vi uns clipes dele - fantásticos! Tipo o conceito dos videos era ótimo para os padrões de produção cinematográfica e fonográfica da época; o cabelo totalmente emo que me fez questionar como era que se fazia escovinha ou pranchinha daquele jeito naquele tempo sem ser com o ferro de passar roupa (sim! Conheço a técnica, muito perigosa, por sinal... O.o'). Tuuuuudo o que já aparece hoje em dia... meo, o ápice foi ele passar, num desses videos, por debaixo de um túnel pilotando um helicopterozinho pequeno e usando uma jaqueta descoladoooona amarela de vinil. Abafando!
Meo, sabe qual que é? Não sei se estou "amadurecendo (pra não dizer envelhecendo)" demais ou as pessoas mais novas do que eu estão querendo ser gente antes do tempo. Férias são algo que inventaram pro indivíduo se sentir ainda mais impotente ao mesmo tempo que curioso. Outro dia fui andar no centro - só andar, porque o bolso é furado, e fiquei veeeerde de ver adolescentes com cabelos superhipermegablaster na moda - da década de 70. Isso se elas não estivessem andando com seus tocadores de música digital de última geração (pra não dizer iPODs) cantando músicas bm familiares aos meus ouvidos.
Na verdade não sei se elas querem ser descoladas gostando de músicas antigas, ou vestindo-se e se compondo de modo mais clássico para parecerem mais modernas. Talvez a máxima dos anos 90 legado para o século XXI "seja você mesmo, autêntico ao seu modo" tenha chegado ao seu esgotamento, muito embora a quase totalidade da população mundial não saiba, definitivamente, o que significa criatividade ou discos de vinil, daí que a autenticidade acabou indo para o ralo quando alguém estupidamente, em algum lugar, disse que as melhores coisas são as clássicas. E o resto do mundo levou ao pé da letra. Não me admira se no quarto de cada uma tiver um pôster enorme dos Beatles...

The Beatles - parece que estão virando moda (de novo)... mesmo que já tenham se separado há quase 40 anos

A questão é a seguinte, meo: tem muita coisa nova boníssima rolando por aí e me deixe tomar minha própria defensiva - eu adoro coisas antigonas, tá, pra não ofender fica “clássicas”, tipo Flashdance, tipo Beatles, Janis Joplin, Led Zeppelin, Os Pholhas, Secos & Molhados, Jacksons 5, Aretha Franklin, Ray Charles, Caetano Veloso, Roberto Carlos (sim sim!), Agatha Christie, Lewis Carroll, Frank L. Baum, A Fantástica Fábrica de Chocolate, O Poderoso Chefão, Richard Gere, Robin Williams, Coca-Cola, queijo de coalho com goiabada, vinho e A Família Adams. Mas vamos ao desconto: minha infância foram os anos 80, meu pai babava os vinis dele e sempre me ensinou a contextualizar. Legal por legal é fácil pros adolescentes pós-Britney Spears (por quem também já babei depois das Spice Girls) que mal sabem o que realmente significa cantar Lucy in The Sky With Diamonds, o que foi o movimento hippie, a revolução sexual ou até o que seja andar com Che estampado de preto enoooorme em uma camisa vermelha por aí. Gosto de roupas no estilo clássico e simples, cabelo arrumado de acordo com a ocasião e vermelho na dose certa e tenho pôsteres guardados (porque um dia farei o meu quarto do meu jeito) de bandas, filmes e lugares que adoro.
Sim, tendências se renovam e é cabível essa reciclagem quando é sabido o propósito, tá dando pra sacar?

Sienna Miller - corte à la Charlie's Angels de Farah Fawcett - e cai superhipermegablaster bem!

Tem um sem-fim de coisas boas aí a que ninguém dá valor... o negócio agora é ser blasé-retro, não que não seja tão legal, mas há uma linha tênue entre a interessância clássica e o pedantismo, e disso poucos sabem.
Acho que o maior exemplo de clássico que se renova sem se repetir é Madonna. Não que eu a adore, porque não a acho tão bonita assim (ela é sexual, e não sensual), mas as mudanças a cada “temporada” são instigantes! Quer ver? Compare a época de “like a prayer” com “frozen”, “don’t tell me” com “jump” ou “sorry” e veja “4 minutes”, com Justin Timberlake. Este último tem sido, na minha humilde e mísera opinião o melhor que a cultura Pop tem oferecido. Tem amiga minha que diz que ele é gay, mas eu não acho. Ele mistura um jeitinho sexy de dançar superbem com a música superchiclé e vídeos interessantes, sem contar que se veste superbem sem precisar ser chato.
Do que é bom, novo-clássico e quase ninguém curte (ou talvez quase todo mundo sem saber):
Joss Stone

Cansei de Ser Sexy - um estilo bem contra-movimento superdescolado com cabelo superretrô, suéters e camisas de botão com calças skinny e All Star

The Hives
The White Stripes
Guillemots
Norah Jones
Vanessa da Mata (tá, essa muita gente curte)
Natalie Portman
Anne Hathaway
Cleo Pires
Robert Downey Jr.
Antonio Banderas
Clive Owen
Reticências