Notinhas e uma cartinha
- Do post anterior, já que teve gente que perguntou por todos os meios de comunicação possíveis e imagináveis, começando pelos comments: não há um motivo tão especial assim por ter escrito o post, aliás, tem mas não é extraordinário. Não queria deixar pra escrever algo legal só no Dia dos Namorados e queria dizer tudo do jeito como era pra gente dizer todos os dias, pro meu namorado; só isso. Estou há mais de dois anos no núcleo social das pessoas que amam e são correspondidas; só isso, acho. Post de linha especial =)
- A volta ao estágio é sempre desgastante (anote aí). Você parece uma piabinha fora d'água e parece que a comunidade escolhe o dia em que você vai voltar pra encher a Unidade e ficar endoidando seu juízo. Faça-se de doido também pra ver! Não funciona.
- Quando sua carga de pressão emocional estiver muito alta para o que você julgava carregar, experimente aprender os jogos que tinha em casa e não sabia jogar - vai descobrir que tem muitas outras coisas de que gostava e não sabia, e de quebra ainda consegue estudar antes de dormir.
- É de lascar a pessoa não dormir direito com sonhos doidos-sem-noção-estilo-007 por várias noites seguidas! No dia seguinte parece que faz todas as acrobacias de verdade de tão dolorida que a pessoa fica. Descubra a razão disso e depois me conta, tá? Mas não venha com "você dormiu de mal jeito e ficou dolorida". Não vou dar crédito à sua ciência.
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Um dia uma amiga pediu emprestados o meu Alice - edição comentada e O Mágico de Oz. Ela faz psicologia e na área dela o pessoal mexe com essas coisas que é uma beleza. Resolvi fazer a cópia dos dois e dar, porque ela poderia ler, anotar, marcar e guardar pra vida toda. Vou entregar a encomenda amanhã, aí na época fiz uma cartinha:
Mossoró, 01 de Maio de 2007
*******,
Poucas vezes antes eu tive a oportunidade de escrever cartinhas com "encomendas" junto; talvez pela pouca disposição de tempo ou pela falta de necessidade de falar sobre qualquer assunto. Acontece que em se tratando do que estou lhe entregando, nunca consigo ficar calada. Sempre tenho a impressão de que nada, jamais, foi falado o suficiente. Juntar Alice e Dorothy foi uma das melhores coisas que já me aconteceram depois dos 18 anos; elas me fazem constatar que eu já era adulta aos 10 e, enquanto não chegar aos 80 não deixarei de ser tão moleca (demanda pra terapia! Ha-ha-ha).
O que quer que eu diga não vai ser capaz de aproximar você da sensação de entrar nesse mundinho e pensar nessas estórias como bons guias à personalidade adulta. Tudo é figurado: sentimentos, acontecimentos, pessoas, lugares. Ao escrever Alice, Lewis Carroll tinha muito mais intenções além de conquistar a pequena Alice Liddell da vida real. O cara também era matemático, teórico social e mais um monte de coisas (arrisco dizer que era até bobo-da-corte rssrsrs.) - o que explica os enigmas matemáticos e físicos espalhados pela narrativa; e como casar com mocinhas entre 12 e 16 anos não era "imoral" naquela época, então tá, ele era um homem digno (pra mim continua sendo pedófilo safado ¬¬).
Carroll inaugura no mundo literário o "estilo" nonsense - aquele que meio que joga as coisas a esmo sem a intenção de comunicar qualquer coisa com significado (entendeu? entendeu?) - ao menos é o que os adeptos ao gênero acham e dizem. Mas como existem altas teses de doutorado acerca de universos de significações em Alice e concretíssimos paralelos com a época vitoriana, eu digo que se trata de uma obra de intensa crítica social, com as nuances de análises psicológicas-filosóficas que fazem dela uma produção atemporal.
Alice quer dizer muito com suas "aumentações" e "diminuições" com os diálogos malucos e os personagens anormais. Acho que a melhor parte é quando a gente percebe que pode associar todas as passagens e personagens com coisas da via, com pessoas que a gente conhece e tal...
Por que situação do livro você gostaria de passar? Por qual não gostaria? Por quê? E aí no final ele ainda abre espaço para que repensemos os sonhos, ou de que forma os nossos desejos serão “Montados” nos sonhos, ou ainda questionar “o que é realidade?”, “o que é sonho?”. Pasme: quando pessoa assiste Matrix depois de ter lido Alice entra em parafuso, de tamanha semelhança entre as duas estórias!
É muita coisa que a pessoa encontra quando inventa de trazer tudo isso pro cotidiano; ainda por cima pensando nos “contos de fadas”... por que isso? Foram as fadas que contaram? Cuidado... cada vez que alguém diz que não acredita em fadas, uma fadinha cai morta em algum lugar. Deve ser por isso que o mundo anda tão pobre de fantasia. Contos de fadas são coisas feitas pra gente grande camuflados de um jeito que crianças possam ler e não tirarem daí o seu sentido original (ô se é!).
Depois vem O Mágico de Oz que não fica em nada atrás de Alice. Primeiro, quem não gostaria de ser Dorothy?, quem não quereria ser o Mágico em sua cômoda posição?
L. Frank Baum faz várias brincadeiras psicológicas com o leitor ao longo da narrativa, desde jogos com cores e seus significados até estratégias de “O que fazer com relação às situações quando não se tem as ferramentas para lidar com elas?”. Considero de intrigante importância a reflexão que ele propõe acerca de limitações, medo, coragem e inteligência.
Talvez ele tenha um ponto fraco quando separa personagens em bons, maus e explorados (bons como bons, exclusivamente; maus como maus, exclusivamente) sem a dualidade típica do indivíduo. Bem, isso seria cobrar demais para a época e talz.
O melhor de ler tudo isso é ter lápis e papel do lado para as interpretações que surgem.
Difícil é quando alguém pergunta qual é o melhor filme: o de Alice ou de O Mágico de Oz. Alice tem aquela magia Disney em desenho, músicas, dando vida a todos os elementos imaginativos. Já “O Mágico...” permite ao telespectador outras figuras (algumas vezes meio obscuras), os jogos de cores interessantíssimos – início em preto-e-branco e o resto em cores vibrantes e muito, muito brilho, com o plus de quem consegue (e quando consegue!) sincronizar o filme com o álbum de Pink Floyd “The Dark Side of The Moon”, qu torna a película, no mínimo, arrepiante (literalmente).
Bem, espero que aproveite a encomenda que preparei pra você com muito carinho; que ela lhe proporcione maravilhosas viagens (sem o narguilé da lagarta, sem líquidos de garrafinhas, sem bolinhas, por favor! Rsrs) e lhe ajude, como me ajuda nessa coisa de auto-avaliação (que dizem que todo mundo deve fazer de tempos em tempos).
- A volta ao estágio é sempre desgastante (anote aí). Você parece uma piabinha fora d'água e parece que a comunidade escolhe o dia em que você vai voltar pra encher a Unidade e ficar endoidando seu juízo. Faça-se de doido também pra ver! Não funciona.
- Quando sua carga de pressão emocional estiver muito alta para o que você julgava carregar, experimente aprender os jogos que tinha em casa e não sabia jogar - vai descobrir que tem muitas outras coisas de que gostava e não sabia, e de quebra ainda consegue estudar antes de dormir.
- É de lascar a pessoa não dormir direito com sonhos doidos-sem-noção-estilo-007 por várias noites seguidas! No dia seguinte parece que faz todas as acrobacias de verdade de tão dolorida que a pessoa fica. Descubra a razão disso e depois me conta, tá? Mas não venha com "você dormiu de mal jeito e ficou dolorida". Não vou dar crédito à sua ciência.
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Um dia uma amiga pediu emprestados o meu Alice - edição comentada e O Mágico de Oz. Ela faz psicologia e na área dela o pessoal mexe com essas coisas que é uma beleza. Resolvi fazer a cópia dos dois e dar, porque ela poderia ler, anotar, marcar e guardar pra vida toda. Vou entregar a encomenda amanhã, aí na época fiz uma cartinha:
Mossoró, 01 de Maio de 2007
*******,
Poucas vezes antes eu tive a oportunidade de escrever cartinhas com "encomendas" junto; talvez pela pouca disposição de tempo ou pela falta de necessidade de falar sobre qualquer assunto. Acontece que em se tratando do que estou lhe entregando, nunca consigo ficar calada. Sempre tenho a impressão de que nada, jamais, foi falado o suficiente. Juntar Alice e Dorothy foi uma das melhores coisas que já me aconteceram depois dos 18 anos; elas me fazem constatar que eu já era adulta aos 10 e, enquanto não chegar aos 80 não deixarei de ser tão moleca (demanda pra terapia! Ha-ha-ha).
O que quer que eu diga não vai ser capaz de aproximar você da sensação de entrar nesse mundinho e pensar nessas estórias como bons guias à personalidade adulta. Tudo é figurado: sentimentos, acontecimentos, pessoas, lugares. Ao escrever Alice, Lewis Carroll tinha muito mais intenções além de conquistar a pequena Alice Liddell da vida real. O cara também era matemático, teórico social e mais um monte de coisas (arrisco dizer que era até bobo-da-corte rssrsrs.) - o que explica os enigmas matemáticos e físicos espalhados pela narrativa; e como casar com mocinhas entre 12 e 16 anos não era "imoral" naquela época, então tá, ele era um homem digno (pra mim continua sendo pedófilo safado ¬¬).
Carroll inaugura no mundo literário o "estilo" nonsense - aquele que meio que joga as coisas a esmo sem a intenção de comunicar qualquer coisa com significado (entendeu? entendeu?) - ao menos é o que os adeptos ao gênero acham e dizem. Mas como existem altas teses de doutorado acerca de universos de significações em Alice e concretíssimos paralelos com a época vitoriana, eu digo que se trata de uma obra de intensa crítica social, com as nuances de análises psicológicas-filosóficas que fazem dela uma produção atemporal.
Alice quer dizer muito com suas "aumentações" e "diminuições" com os diálogos malucos e os personagens anormais. Acho que a melhor parte é quando a gente percebe que pode associar todas as passagens e personagens com coisas da via, com pessoas que a gente conhece e tal...
Por que situação do livro você gostaria de passar? Por qual não gostaria? Por quê? E aí no final ele ainda abre espaço para que repensemos os sonhos, ou de que forma os nossos desejos serão “Montados” nos sonhos, ou ainda questionar “o que é realidade?”, “o que é sonho?”. Pasme: quando pessoa assiste Matrix depois de ter lido Alice entra em parafuso, de tamanha semelhança entre as duas estórias!
É muita coisa que a pessoa encontra quando inventa de trazer tudo isso pro cotidiano; ainda por cima pensando nos “contos de fadas”... por que isso? Foram as fadas que contaram? Cuidado... cada vez que alguém diz que não acredita em fadas, uma fadinha cai morta em algum lugar. Deve ser por isso que o mundo anda tão pobre de fantasia. Contos de fadas são coisas feitas pra gente grande camuflados de um jeito que crianças possam ler e não tirarem daí o seu sentido original (ô se é!).
Depois vem O Mágico de Oz que não fica em nada atrás de Alice. Primeiro, quem não gostaria de ser Dorothy?, quem não quereria ser o Mágico em sua cômoda posição?
L. Frank Baum faz várias brincadeiras psicológicas com o leitor ao longo da narrativa, desde jogos com cores e seus significados até estratégias de “O que fazer com relação às situações quando não se tem as ferramentas para lidar com elas?”. Considero de intrigante importância a reflexão que ele propõe acerca de limitações, medo, coragem e inteligência.
Talvez ele tenha um ponto fraco quando separa personagens em bons, maus e explorados (bons como bons, exclusivamente; maus como maus, exclusivamente) sem a dualidade típica do indivíduo. Bem, isso seria cobrar demais para a época e talz.
O melhor de ler tudo isso é ter lápis e papel do lado para as interpretações que surgem.
Difícil é quando alguém pergunta qual é o melhor filme: o de Alice ou de O Mágico de Oz. Alice tem aquela magia Disney em desenho, músicas, dando vida a todos os elementos imaginativos. Já “O Mágico...” permite ao telespectador outras figuras (algumas vezes meio obscuras), os jogos de cores interessantíssimos – início em preto-e-branco e o resto em cores vibrantes e muito, muito brilho, com o plus de quem consegue (e quando consegue!) sincronizar o filme com o álbum de Pink Floyd “The Dark Side of The Moon”, qu torna a película, no mínimo, arrepiante (literalmente).
Bem, espero que aproveite a encomenda que preparei pra você com muito carinho; que ela lhe proporcione maravilhosas viagens (sem o narguilé da lagarta, sem líquidos de garrafinhas, sem bolinhas, por favor! Rsrs) e lhe ajude, como me ajuda nessa coisa de auto-avaliação (que dizem que todo mundo deve fazer de tempos em tempos).
Sem mais por ora (falo demais, inacreditável!)
Um xêro!
Mia
Mia
Comentários
Beijos
Amor é pra ser sentido, falado, retribuido, escrito e multiplicado todos os dias.
Vim retribuir a visita. Amei seu blog
Parabéns!
Bjos.
Era p eu ter ido p o Colégio das Irmãs desde a quinta série como era o plano de mainha que painho furou. A escola dos gorilas era o gurilandia, mas eu gosto mais do apelido que eu dei..hehehe
Eu só comecei a me achar a fina flor do cajueiro anão quando fui pra lá pq no Alvorada o povo todo era igual, e la é elgal q passa 200 anos e ninguem se esquece de ninguem.jauhuahua
era p eu ter ido p o cefete e feito engenharia.... a agonia do mundo todo aquela faculdade...
BUT, em sendo tudo no mesmo dia é nós na foto DIMAIS!!!E me lembra de não ler o teu blog de tarde pq a porcaria da internet no inss n presta p comentar....óooooooooodio pq eu sempre escrevo um monte!
qualquer coisa a gnt tira foto na minha festa de formatura q eu n sei se pago...
hehehe
0/
=***
Avise-me q quero ler até os manuscritos, inclusive akelas anotações irresistíveis q fazemos ao ler um texto interessante...
:*