Quando da minha insaciabilidade ou De como explicar que tem algo estranho.
Quando entendi que meu vazio não era mais fome de comida digestiva, achei estranho que a espiritualidade preenchesse as dúvidas metafísicas, mas ainda sobrava um bocado considerável de não saciedade, de uma fome que eu não explicava o que era.
Na verdade nem era amor, porque até a porção destinada a isso estava preenchida, totalmente, de um modo que eu não teria necessidade de olhar para os lados e invejar o amor de ninguém. Não era a falta da amigos, ou de família. Muito embora tivesse, tenha e continuarei tendo a certeza de que a falta de um desses elementos me tornaria visualmente incompleta.
Havia uma lacuna, visível a olho nu no brilho do olhar.
Nesses dias percebi que eu estava me faltando. E de tantas mudanças que ocorreram, de tantas vidas em que eu participava e que participavam em mim, reconheci: eu me falto.
Alguém(s) me tinha(m) dito, várias vezes, por palavras diferentes. Viva por si, escolha por si, desfrute-se, permita-se. Em alternância com os momentos tão constantes de alteridade, altruísmo, moralismo, e lá vou eu com meus neologismos - convencionalismo.
Parei por mim; pensei por mim, ao mesmo tempo em que sei que nessa conjuntura, passaria a assumir a posição de que em alguns momentos, alguém pensaria por mim.
E de tanto me torcer, repensar e corroer minha esofagite pela satisfação de outrem (porque teoricamente ali me encontraria), pensei de me encontrar pelo menos uma vez em mim.
De dose em dose da minha reabilitação do mundo dos austeros, vou aprendendo a pesar a possibilidade salutar de viver de forma autônoma, sem me castigar por saber que simplesmente sou, e não "vivo por". Vivo por mim; outros vivem comigo.
Aos poucos a lacuna vai se preenchendo com a grafia correta do pronome NÓS.
Na verdade nem era amor, porque até a porção destinada a isso estava preenchida, totalmente, de um modo que eu não teria necessidade de olhar para os lados e invejar o amor de ninguém. Não era a falta da amigos, ou de família. Muito embora tivesse, tenha e continuarei tendo a certeza de que a falta de um desses elementos me tornaria visualmente incompleta.
Havia uma lacuna, visível a olho nu no brilho do olhar.
Nesses dias percebi que eu estava me faltando. E de tantas mudanças que ocorreram, de tantas vidas em que eu participava e que participavam em mim, reconheci: eu me falto.
Alguém(s) me tinha(m) dito, várias vezes, por palavras diferentes. Viva por si, escolha por si, desfrute-se, permita-se. Em alternância com os momentos tão constantes de alteridade, altruísmo, moralismo, e lá vou eu com meus neologismos - convencionalismo.
Parei por mim; pensei por mim, ao mesmo tempo em que sei que nessa conjuntura, passaria a assumir a posição de que em alguns momentos, alguém pensaria por mim.
E de tanto me torcer, repensar e corroer minha esofagite pela satisfação de outrem (porque teoricamente ali me encontraria), pensei de me encontrar pelo menos uma vez em mim.
De dose em dose da minha reabilitação do mundo dos austeros, vou aprendendo a pesar a possibilidade salutar de viver de forma autônoma, sem me castigar por saber que simplesmente sou, e não "vivo por". Vivo por mim; outros vivem comigo.
Aos poucos a lacuna vai se preenchendo com a grafia correta do pronome NÓS.
Comentários
"Não nego. Tenho um grande medo de ser sozinha. Não sou pedaço. Mas não me basto."(Caio F. de Abreu)
meu twitter: @marinaconsoli (lá,vc encontra o link do meu blog tb)
Obrigada desde já.
Impressionante! Ao chegar a essa parte do texto estanquei, bestificada... De fato, penso que o faltar-se a si é o que mais falta nesse mundo...
Post simplesmente perfeito! Obrigada por compartilhá-lo conosco!
Abraços,
Déia