Casa dos Trinta - No quarto de amor
Sentada na beira da cama, a única iluminação que adentrava o quarto era a penumbra no crepúsculo. Não sabia quantas horas fazia que estava ali, em um bursting de imagens e cenas de momentos passados de vida, parecia vidas passadas. Personagens que pareciam saídos de obras literárias que ocuparam seus espaços, suas cadeiras, sua cama, sua mente. Nos dias seguintes, já não mais. Era um problema não conseguir se apegar a alguém? Nem estava falando em amar, era apego mesmo, aquele sentimento de possuir, mas não se sentir pertencente. Desde que saíra da casa dos pais no interior que a meta era se sobressair com seu trabalho, suas escolhas, seus erros. Alugou um quarto em outra cidade, de aluguel razoável que não comprometesse tanto do salário de contadora. Mas gostava mesmo de compor. Imagens e encadeamento de palavras que viravam cifras que se tornavam melodia nas cordas do violão que havia comprado numa feirinha de bairro de usados. Todo sábado ela ia para a Paulista à tarde. Levava uma