Da percepção feminina supervariável



[Time starts to pass, before you know it you’re frozen]
Dizem que a gente tem um período do mês mais suscetível a manifestações favoráveis aos instintos naturais (nós, as mulheres, tá?) – e não é a TPM. Tem os dias em que acordamos apaixonadíssimas por nós mesmas, tipo, aquela coisa de olhar no espelho e se ver bela, sabe? Claro que sabe.
Tem dias em que a gente quase percebe materializada a mão da perfeição por detrás de cada poro, de cada pêlo; em que a gente chega a ver a beleza que as pessoas, de fato, vêem a gente.
Tipo... é tudo verdade o que dizem: sim, nós conversamos com o espelho. Sim, quando passamos em frente a uma vitrine, metade da nossa capacidade de visão se direciona ao que está exposto e a outra metade se dedica em conferir o próprio visual pelo reflexo, incluindo bunda, marca do sutiã, cabelos, postura, barriga e expressão facial. Entre uma vitrine e outra nos certificamos desse apaixonamento súbito e afirmamos para nós mesmas: “cara, eu me pegaria se eu não fosse eu. Cara, hoje eu tô abalando! Meo, pára o mundo que eu quero descer – caraca, minha mãe tá certa, eu sou linda!”. Não que não sejamos belas, mas um dia assim é ótimo de vez em quando.
Sim, conversamos muita besteira, intimidade e política com as amigas – claro que muito mais os dois primeiros que o segundo, já que reunião de amigas é para colocar as novidades em dia e relaxar. Amenidades são o remédio. Preocupamo-nos muito com coisas levemente sérias. Não queremos mais problemas para dispensar neurônios assim.


Lembro dos momentos mais desesperadores da infância, na aula de ballet. Era sempre a mesma coisa na época dos cambrès e plieux: “encaixa o bumbum (contrai as nádegas), queixo paralelo ao chão, contrai o abdome, ponta de pé, 1ª, 2ª – 5ª posição, élevé, encosta a cabeça no joelho na hora da escala, Amélia!”, “1, 2, 3 e PLIEUX! 1,2,3 e cambrè!”. Meo, eu dançava... e fazia bem, mas não me sentia bela, porque a idade não me reservava qualquer traço de feminilidade formada. Abria escala, alongava totaaaaal, fazia borboletinha completa, tinha equilíbrio e era ligeirinha na “estrelinha”. Ainda guardo as sapatilhas.


O máximo que guardo da graciosidade, flexibilidade e beleza daquele ballet é quando danço acompanhada. Dependendo da música, dos movimentos, da afinidade, da batida e da temperatura ambiente pode ser melhor ainda. E como é bom!
[I feel alive together]
Talvez por não ouvir elogios todos os dias eu tenha enorme dificuldade em aceita-los e incorpora-los. Acho que não poderia ter tanta satisfação quanto tenho em ser mulher que se fosse de outra forma, muito embora seja difícil.
Porque é bom, porque é gostoso, porque é chato, imprevisível. E mulher tem um auto-controle bem maior que homem – e eu particularmente gosto disso.
Hm, post de linha de série. Continua no próximo episódio. Tava super-empolgada, mas a monografia tirou minha concentração... =P

Comentários

Jônatas Andrade disse…
Laboratório pra série foi ótimo,kkkkkk.

É mais fácil um espelho entender uma mulher do que um homem...
Jana disse…
pois é eu me amo e eu me pego kkkkkkkkkkk

beijo
Puzzo disse…
Hum....
Isso parece um desabafo diante do espelho,
E logo atrás, sentadas no vaso, há duas amigas resenhando!
Rosi disse…
Menina
Que lindo esse texto!
Sejamos mulheres, com defeitos e lindas sempre.
Um ótimo dia
Lilica disse…
Eu tinha sonho de fazer balé! Mas infelizmente não pude realizá-lo. E sim, mulher tem mesmo uns dias assim de DIVA! Beijos
Unknown disse…
Hehehe... Eu fiquei curioso pra saber qual foi o start desse post.

OBS¹: "aquela coisa de olhar no espelho e se ver bela, sabe?" Tem coisa que não dá pra saber. :D

OBS²: Sim, é bom encontrar bons conterrâneos.
Puzzo disse…
E sobre o blog day,
Ouvi falar que reuniram-se umas seis pessoas,
Também não pude me fazer presente.
Gabi Vianna disse…
Aiiii a-d-o-r-e-i o start... essas monos só atrapalham nossas vidas!!! hehehehehe
Mulheres... bichinho mais complexo só o homem! heuhauheuhauhe
bjusssssss
Anônimo disse…
adorei ler o texto... e qual a novidade nisso, neh? bem... adorei o momento d conversas "amenas" d ontem. e... nunca consegui aprender a fazer a bendita da estrelinha, frustração q carregarei pela eternidade. e vc eh linda, amiga! soh n digo td dia p vc n ficar convecida, pq mulher bonita e convencida eh um saco! :) bjim
Marco disse…
Muito bom, gostei. Isso me faz recordar que as mulheres são de uma complexidade quase que inabalável e nem sempre compreensível. Mas é justamente aí que mora a graça....

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