Desde o ginásio
Na 5ª série (e em todos os anos subseqüentes ¬¬) – que nessa época ainda era ginásio (adooro esse nome!) eu era nerd. Mas era nerd do tipo legal. Era amiga de tooodo mundo. Até uma amiga (dessa época que está casando essa semana que vem, dia 26 vindouro) disse que eu até que era interessante porque era amiga de todo mundo e não de um grupinho só. Me metia em tooooodas as peças da escola e tirava nota boa em todas as matérias, menos em inglês. Aí era 8,5. Nessa época eu desabava com menos de 9,5, um horror. Um dia quase matei minha mãe de um infarto quando disse que talvez um dia virasse freira. Ainda bem que só foi esse dia (mas lembro que em um certo período pensei seriamente nisso – que lesa!).
Na 6ª série me interessei por um menino da 8ª. Nunca entendi a forma como classificam as turmas nessas escolas, tipo os melhores na A, os rivais da A na B e os bagunceiros da C em diante. Mas eu era legal. Era da A. E foi nessa época que meteram em mim o espírito de competitividade intelectual; as batalhas de notas e pedidos de colas nos dias de provas se dividiam entre eu e um colega (Gabriel – superinteligente. Faz Arquitetura, se não me engano). Foi nessa série que me deram o apelido de Aurélia PC, porque sabia palavras e tinha decorado um trabalho inteiro pra discorrer diante da sala. Olhando assim, meo, eu era um saco! Mas era legal.
Na 7ª série o doidinho lá que ano passado era da 8ª e agora era do 1º em outra escola quis ficar comigo. Eu recusei. Nem era dando uma de gostosa, não, é que eu já tava a fim de outro, hehehe. Notas boas e Gabriel fora do caminho, ainda nem podia relaxar porque apareceu Segundo. Nessa época eu dizia que ia fazer medicina (convictíssima, meu Deus), saí do conservatório de música e entrei pro curso de inglês. Como nunca me dava bem nos esportes (4 anos na escolinha de volley, nada de mirim – porque não tinha lá atributos físicos, penso eu) fiquei na educação física e grupo de jovens. Não, eu não tinha espinha.
Na 8ª série a gente já tinha o espírito saudosista porque ia sair da escola. E eu ainda era nerd, ainda participava de tooodas as peças da escola, era legal, conhecia (quase) todo mundo e não jogava bola nenhuma. E continuava a fim do doidinho lá. E Segundo ainda representava uma ameaça na competição de notas. Fui líder de sala (ai, não me agüento!). Terminou o ano nem eu nem Segundo ganhamos a plaquinha de melhores notas – foi outra pessoa. O.o’
1º ano, escola nova. Escolinha pequeeeeeeeena, pequeníssima. Talvez tenha sido aí que extroverti um pouco mais. Deixei de ser tão nerd, primeiro fica, primeiro namorado (tive um rolo com o doidinho láááá da 7ª série, lembra (hoje, em termos de beleza física to melhor que ele, cooooom certeza! Fecha a conta e passa a régua). Participei da rádio da escola, tirei 3,5 em Física, 4,0 em Química e adorava o professor de inglês que também era meu professor no curso. Com 15 anos a pessoa pensa que é um pouquinho mais madura, né? Mas que besteira! No fim do ano ganhei a bolsa pro ano seguinte – melhores notas (mas eu não era mais tão nerd, tá?!).
No 2º ano foi que minha socialização estava em bons lençóis. Eu até que era uma mocinha bonitinha, conversava legal e conseguia jogar volley! Namorei uns 3, freqüentei uns pagodes em fins de semana e concluí o curso de inglês. Nessa época eu gostava de ser sociável, conhecer gente nova e talz, mas nunca de sair à noite, me acabaaaar no Carnativa nem nada. Estudava bastante sem ser nerd, ganhei outra bolsa pro ano seguinte e tinha histórias engraçadas pra contar.
No pré resolvemos em consenso aqui em casa que eu deveria mudar de escola, já que ia fazer vestibular superconcorrido e a preparação aqui ainda era deficiente em alguns sentidos. Fui pra Natal – fui pro CEI, onde não pude ser praticamente nem um terço da pessoa legal que era antes. Novato em escola de cu doce é leproso. Então me juntei com os outros leprosos e viramos superamigos. Pense num lugar onde eu não era nem um pingo nerd! Mas ainda era simpática, falava com as pessoas e ignorava as que tinham o queixo paralelo ao chão.
Carlos (que era novato como eu) sabia da vida de todo mundo, quem tinha o pai falido e quem não tinha, e a gente se divertia descobrindo os podres do povo (mas podres podres meeesmo); coisa de gente lesa e boazinha, porque tudo ficava só entre a gente. É lá que os adolescentes incorporam aquela cultura toda de adolescentes norteamericanos, saca? Tênis Nike, moleton (num calor infernal), Dolce & Gabbana, Lacoste, jogadores, nerds-losers, populares e modelos, bem à la Gossip Girl. Adivinha quem eu era? Loser. Como dos losers eu parecia ser a mais simpática, falava inglês e sabia um bocado de literatura, física e biologia, ajudava alguns populares em épocas de provas – eu e Gabriel, sim, Gabriel, que “competia” comigo láááááá na 6ª; agora éramos amigões – mas nada de clima. Ajudava, mas só porque era boazinha, porque tinha gente no meio da mundiça dos populares burrinhos que dava vontade de mandar pro quinto dos infernos. Falando a verdade? Muita coisa aconteceu nessa outra dimensão, foi até interessante pelos percalços. Memorável. O interessante: mesmo sendo loser, passei no vestibular pra UERN – Enfermagem. Eu e os outros leprosos passamos no vestibular, curso que fosse, entre Direito, Fisioterapia, Jornalismo, Odontologia.
Faculdade um ano, trancamento, cursinho, namorado de verdade (até hoje – amo amo amo amo), pensionato (mais históóóóórias), vestibular e volta pra casa.
Destrancamento da faculdade até agora: 8º período-penúltimo-estágio-monografia-purgatório-9º-diploma-desemprego e aulas que dou que não têm nada a ver com a faculdade. Sendo que essas três últimas etapas têm muito mais detalhes que minha vida entre a 5ª série e o 2º ano; só os amigos que fui garimpando de cada época e que continuam durinhos na queda, lindos e maravilhosos.
Comentários
era necessário para a purificação.
bom vir aqui.
maaaaaaaaaaaaaaasssssss, era pq meu pai tocava chorinho no violão e me colocava sentadinha do lado dele com a mão na massa, digo, no pandeiro, pra acompanhar. Formamos uma dupla legal. Pena que só a swingueira tinha espaço nquela época.
\die
foi na 6ª série! =D
tá, é que o médico passou uma cartela com a quantidade de tomar até o final do tratamento.
acontece que eu não conheço ninguém que consiga seguir o tratamento até o fim!
tu consegue? ;O
mas tem esse lance de escolar de rico tb pra mim
e de freira
como tu pode ver eu sempre fui loser!
;****
hehehhe
já eu, não pegava ninguém...
eu adorei como isso virou um meme.
tem saudosismo que é bom, caran.
esse post e bem legal,bem mesmo!
eu fiz quase isso no meu niver ano passado,fiz ano a ano,mas com bem menso detalhes!
.*
altas revelações hein dona mia, quer dizer que minha 'mãe' era uma pessoa namoradeira hmmmm, ainda bem q hj eh séria! ausauhsauhsuahsashiuaes
bjãão
Senhor tenho até medo rsrsrs
Pra tu ter idéia eu fui CDF, fui a louca, fiz parte da banda marcial (tocava escaleta...) seria algo trah relembrar isso rs
Beijos
Pra variar, vou copiar, tá???
Mas não agora... pq se falar no passado, acabo chorando e as lágrimas do ano todo já saíram nas 2 primeiras semanas!
Be3ijinho e continue mantendo os amigos, especialmente os leprosos! ;)
"novato em escola de cu de doce eh leproso"!!! kkkkkkkkkk
passei por isso tb querida!
axo q ainda fui um pouco nerd lá!
ei...e q vida estudantil mais movimentada essa sua hein!?
sinto q cheguei jah no finzinho da narrativa, mas parece q fui um dedinho seu durante td a história q vc narrou! pq parece q eu tava lah? jah disseram s vc escreve bem?
hehehehehehe
bjuus