MEME - Você é anti-social?

Sinto-me anti-social, mas a gente não é para os outros do jeito como se imagina sendo. Sou um bocado “autista” quando me é interessante (o que é fato a maior parte do tempo). Sempre fui o tipo de criança obediente, quietinha, certinha, ajeitadinha. Sempre gostei de estudar, o tipinho bookworm, sabe?!

Com o tempo fui entendendo que as pessoas são todas muito diferentes umas das outras, em jeito de pensar, de falar, de se vestir, de agir, enfim, de ser. E me acostumei a ser; entendi em um certo momento q eu “era”, e não era preciso tanta gente ao redor para que me definisse. Depois, a opinião alheia já nem em interessava tanto, só servia como instrumento para organizar melhor as idéias.

Acho que sou anti-social, sim. Em dias de sexta e sábado à noite é meio religioso às pessoas da minha idade sair, ver gente; essa necessidade só sinto de tempos em tempos extremamente espaçados.

Sei conversar, gosto de conversar – muito, mas não é com todo mundo, nem a toda hora sobre qualquer assunto. Tenho amigos – muitos, mas só os melhores (que sabem quem são) me despertam o interesse e o desapego da solidão por tanto tempo. Às vezes é inimaginável o peso de estar em companhia. Como o tempo desenvolvi a capacidade (capacidade??) de ter as pessoinhas interiores que conversam comigo do jeito como eu quero, sobre o que eu quero, enquanto todo o mundo exterior ao redor gira. Em mim, tudo gira em vitrola. É como se me sentasse à minha própria velocidade e ficasse assistindo a vida assim, de fora, em horas um filme bom, em horas em slow motion, em horas aquele estilo fast forward, tudo rápido demais. E me sinto bem assim.

Ler compulsivamente, tocar papéis compulsivamente, formam uma grande proporção em contribuição à minha necessidade de introspecção quase constante. Tem épocas que posso passar o dia inteiro com as melhores companhias impressas, adendo minha agenda e bolsinha de lápis.

Seria até negligência ao assunto se eu não mencionasse meu grave problema de achar a língua falada menos bonita que a escrita – é como se algumas coisas fossem belas suficientemente para serem apenas lidas, e não verbalizadas.

O que torna uma pessoa social vai muito além do que ela conhece ou pensa sobre o mundo. Pode ser um bom pai, uma boa mãe, pode ensinar aos filhos tudo sobre como ter uma vida boa, ter bons amigos, boas condições de vida. Ser social passa pela capacidade (louvável) de entrar e sair de qualquer lugar com inigualável facilidade, ter a agenda do celular munida dos melhores contatos, vestir bem, andar bem, comer bem; falar bem, dormir bem, divertir-se bem, acompanhar e se acompanhar bem, sentir falta de ouvir seu nome vindo de outras pessoas, buscar as companhias. Por esse lado, sou, sim, anti-social.

Sou péssima pra esses MEME, mas espero que tenha respondido, Anna! Não vou passar à frente dando nomes. Quem vier, gostar e se sentir tentado a dar continuidade à conversa, seja bem vindo à nossa rodinha de cappuccino e torradinhas em tapete e almofadas. Bem-vindo(a)!